Dois casos envolvendo bolsonaristas foram suspensos no STF (Supremo Tribunal Federal) na véspera da análise do recebimento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas pela trama golpista de 2022.
STF suspende julgamentos de envolvidos nos ataques de 8 de janeiro
O ministro Luiz Fux, do STF, interrompeu nesta segunda-feira (24) o julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de pichar a estátua A Justiça com a frase “perdeu, mané” durante os ataques de 8 de janeiro de 2023. No mesmo dia, o ministro Kassio Nunes Marques pediu vista (mais tempo para análise) no processo contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Os casos em detalhe
1. O julgamento da cabeleireira
- Placar antes da suspensão: 2 votos pela condenação a 14 anos de prisão(Alexandre de Moraes e Flávio Dino).
- Acusação: Vandalismo, obstrução da Justiça (por apagar celular antes da prisão) e participação no acampamento golpista.
- Dano: A estátua de Alfredo Ceschiatti, avaliada entre R2mieR 3 mi, foi danificada.
- Defesa: Débora enviou carta a Moraes pedindo desculpas, alegando desconhecer o valor simbólico da obra.
2. O processo contra Zambelli
- Acusação: Porte ilegal de arma e constrangimento ilegal (por apontar arma a um homem em SP, em 2022).
- Placar antes do pedido de vista: 4 votos pela condenação a 5 anos e 3 meses (regime semiaberto) e perda do mandato.
- Contexto: A deputada perseguiu um homem após discussão nos Jardins (SP); um segurança dela efetuou um disparo.
Por que a suspensão?
Segundo assessores, Fux e Kassio buscaram reduzir a tensão no STF, que enfrenta críticas pelo julgamento de casos ligados ao 8 de janeiro. Os ministros têm até 90 dias para devolver os processos à pauta.
Próximos passos
- Débora: Julgamento virtual na 1ª Turma (Moraes, Dino, Zanin, Cármen Lúcia) deve ser retomado até sexta (28).
- Zambelli: Kassio analisará o caso antes de nova votação. Já há 5 votos pela condenação (incluindo Gilmar Mendes e Zanin).
Pano de fundo: As decisões ocorrem enquanto o STF também avalia denúncia que pode tornar Bolsonaro réu por suposta tentativa de golpe.
