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Ufal inicia 2025 com orçamento menor que 2024 e dívida de R$ 15,2 milhões

Ufal enfrenta crise orçamentária e alerta para risco de paralisação de serviços

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) vive um dos momentos financeiros mais críticos de sua história recente. Com um orçamento para 2025 inferior ao necessário e um déficit acumulado superior a R$ 15,2 milhões, a instituição já admite a possibilidade de descontinuidade ou redução em serviços essenciais, como segurança, limpeza, manutenção e fornecimento de energia.

Segundo nota técnica da Pró-reitoria de Gestão Institucional (Proginst), a Ufal recebeu uma dotação de R$ 103,9 milhões para despesas discricionárias — recursos destinados à manutenção e funcionamento da Universidade. Embora esse valor represente um leve aumento nominal em relação a 2024, ele se torna insuficiente diante da alta nos custos operacionais.

“Essa redução real se torna ainda mais grave diante dos aumentos nos custos de serviços que são essenciais e ininterruptos”, destaca o documento. Em 2024, a Universidade já enfrentava dificuldades, encerrando o ano com um passivo contratual de R$ 9,4 milhões. Em 2025, o cenário se agrava com um déficit projetado superior a R$ 15 milhões.

Serviços e atividades acadêmicas impactados

impacto do desequilíbrio orçamentário já atinge diversas áreas da Ufal. A gestão central iniciou o redimensionamento de 17 contratos financiados pela rubrica 20RK, afetando diretamente setores de manutenção predial, limpeza, vigilância, rede lógica, apoio administrativo e sistemas de gestão.

Esses cortes impactam tanto os campi da capital quanto do interior. Conforme a nota técnica, “mesmo com o esforço das equipes técnicas e da gestão para manter a eficiência nos contratos e serviços, a insuficiência de recursos compromete o pleno funcionamento da Universidade”, afetando ensino, pesquisa, extensão e programas de permanência estudantil.

Dívidas e disputas judiciais agravam situação

Além do déficit, a Ufal enfrenta litígios importantes, como a disputa pelo fornecimento de água no Campus A.C. Simões e demais unidades de Maceió, que somam mais de R$ 22 milhões. A Universidade também acumula mais de R$ 4 milhões em dívidas de anos anteriores, referentes a reajustes contratuais e repactuações não honradas devido à falta de repasses federais.

Em 2024, mesmo com suplementações orçamentárias que elevaram a dotação inicial de R$ 96,3 milhões para R$ 104,2 milhões, o montante foi insuficiente. A situação é atribuída aos efeitos da Emenda Constitucional do Teto de Gastos, que congelou os investimentos em áreas essenciais como a educação e ainda não foi revista pelo novo arcabouço fiscal.

Universidade se mantém ativa, mas futuro preocupa

Apesar das dificuldades, a Ufal segue ativa graças ao esforço de servidores docentes, técnicos administrativos e colaboradores. A instituição destaca a atuação contínua do Observatório de Contratos e do Fórum de Gestores, que buscam soluções para garantir a continuidade das atividades.

No entanto, a gestão alerta: sem uma revisão urgente do orçamento, a continuidade plena das atividades acadêmicas está ameaçada. O pró-reitor de Gestão Institucional, Jarman Aderico, anunciou que serão realizados encontros com os diferentes segmentos da comunidade universitária para prestar esclarecimentos e ampliar o acesso às informações sobre a situação financeira da instituição.

“A Universidade permanece aberta ao diálogo e comprometida com a transparência”, afirmou Aderico.

Leia abaixo a nota técnica da UFAL:

NOTA_TÉCNICA_PROGINST_UFAL_ABRIL_2025

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